sábado, 20 de fevereiro de 2010

O EVANGELHO DA CRUZ

O Evangelho da Cruz

Quando olhamos para o Evangelho que é anunciado hj, de maneira geral, percebemos uma ênfase naquilo que Deus fez, faz e fará por nós. Por isso, vemos muitas campanhas de bênçãos e vitórias, reuniões cheias para conseguir o que queremos de Deus, sem pensar, nem mencionar sobre o que Deus quer de nós. Deus não é algo para conseguir o que queremos. Nossos cultos e vidas não podem se transformar em uma busca para satisfazer os desejos dos nossos corações. Isso não é EVANGELHO. Não basta pregar a nova vida, é preciso pregar a Cruz, pois é só através dela que conseguimos ter a vida eterna. Mas então, o que seria pregar a Cruz?

Paulo diz o seguinte sobre a sua vida: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gl.2:20

Em primeiro lugar precisamos entender uma coisa simples, mas poderosa: existe uma diferença entre a VIDA QUE AGORA VIVO, e vida antes de ter Jesus como Salvador e Senhor. Se estamos vivendo do mesmo jeito, há um problema na nossa conversão, ela com certeza não foi verdadeira. Pois o Evangelho é, acima de tudo, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm1:16). E quem crê produz frutos de arrependimento e vive diferente.

Em segundo lugar, é preciso questionar que tipo de vida estamos vivendo, pois a nova vida em Cristo pré-supõe:
Estar Crucificado com Cristo – a Cruz
Não viver mais (estar morto) – a morte
Viver na fé do Filho de Deus – a fé

A pergunta que eu faço para mim e para a Igreja hoje é: onde está a CRUZ, A MORTE E A FÉ em nossa vida e em nossa pregação? Nós estamos transformando a Cruz em apenas um amuleto, a morte de nossa vontade em retórica e a fé em acreditar em ilusões que satisfazem os nossos corações corruptos e enganosos (Jr.17:9). Precisamos viver e pregar o evangelho das bênçãos de Deus, mas também o evangelho do preço a ser pago, pois para vivermos o Evangelho da Vida precisamos experimentar a nossa morte. Não há como servir a dois senhores, para Deus viver em mim, eu preciso morrer com Cristo. Será que a Igreja hoje quer pagar o preço de morrer para o mundo e viver para Deus?

Hoje me parece que queremos viver para nós mesmos, a Igreja tem olhado apenas para si, os pregadores e cantores cobram rios de dinheiro para “fazer a obra de Deus”, as Igrejas ficam deslumbradas pelas “grandes personalidades” e pelas celebridades do mercado gospel. Ser crente se transformou em ser um consumidor de mensagens, livros de auto-ajuda, músicas e produtos. Assim, o evangelho se corrompeu em desculpa para vender quinquilharias. E a Igreja se tornou um espaço de entretenimento e alienação para sustentar esta lógica de consumo. Mas como Jesus expulsou os vendedores do Templo de Jerusalém a dois mil anos atrás, hoje também Ele virá para santificar a sua noiva.

Por isso, não se iluda, com uma mensagem doce, de vida fácil. Ser crente é lutar a cada dia com armas espirituais (Ef.6:10-24) é viver esta vida pela fé no Filho de Deus. Hoje estamos vivendo um tempo de engano, onde até mesmo as Igrejas tem pregado ilusões, quando buscam satisfazer os desejos do coração do homem. Mas Deus está cobrando de nós, pastores e líderes, que tipo de Igreja estamos construindo. Eu estou cansado de ver a Igreja se conformando com o mundo, aceitando o pecado, dormindo com o engano e se corrompendo na lama da hipocrisia. Hoje, a mesma voz que clama no deserto, ainda diz: arrependei-vos. Esta voz é gritada, mas poucos ouvem e muitos tem tentado calar esta voz. Este é o nosso tempo.

Mas se aproxima o Dia do Senhor, não apenas no sentido do fim do mundo, mas como o tempo da provação, onde a ilusão começará a cair, onde a perseguição trará a verdade de quem é quem e onde a Igreja será passada pelo fogo. As bases de nossa Era se levantaram como um dragão sobre a Igreja e ela será destituída de força humana e caminhará em um deserto de falta de recursos, então se levantará aqueles que SÃO, os que ESTÃO em Deus, e terão nas mãos apenas um cajado de justiça (a Palavra, Jesus) e um lenço de linho (o Consolador) para enxugar as lágrimas. Assim, sem música e sem voz gritaremos às nações JESUS É O SENHOR QUE REINA PARA SEMPRE. Então, o sangue e o suor serão a nossa voz e a Igreja será santa.
Pr. Cezar Uchôa Júnior

Nenhum comentário:

Postar um comentário

FAÇA O SEU COMENTÁRIO