sábado, 13 de abril de 2013

EM MAIO - UM NOVO TEMPO DE COLHER

 “A família é a terra que precisa ser cuidada, para que a mesma dê seus frutos e a seu devido tempo possamos colher. E nós, como ceifeiros precisamos trabalhar a terra para que possamos colher nossos cereais, nosso vinho e nosso azeite.” (Débora Menezes)





A principal causa dos problemas sociais em nossa geração está ligada à DESESTRUTURAÇÃO DA FAMÍLIA.

Não podemos esperar políticas públicas, ou uma solução mágica para resolver os problemas dos nossos lares. Nosso tempo tem apresentado "novas formas" de família que na verdade é um golpe de misericórdia para destruir de vez a família como estrutura básica da sociedade. Mas, ao invés de ficarmos só combatendo no âmbito do debate politico-ideológico, devemos tomas posição diante das lutas e desafios que envolvem nossas famílias e encararmos nossos lares como A PROMESSA que Deus nos deu, como a TERRA PROMETIDA que precisamos conquistar. 

A defesa da família, então, não envolve somente ficar criticando os novos rumos de nossa sociedade, mas primeiro devemos fortalecer nossas relações familiares para que nossos filhos sejam homens e mulheres de fibra, respeitosos, tolerantes, amorosos, consciente do mundo que jaz no maligno, mas cientes do poder que em nós opera. Minha proposta é assumirmos a responsabilidade sobre nossas casas, não é o Estado, nem a TV, ou qualquer outro enti que tema responsabilidade sobre o teu lar. O nosso lar é a TERRA que precisamos conquistar. Tenha coragem, esforça-te e tenha muito bom ânimo, para possuir (conquistar) a terra (família) que o Senhor Deus te dá.

Em maio estaremos desafiando você a tomar parte nessa conquista. Teremos nos dias 17, 18 e 19 de maio o nosso congresso das famílias. Venha e participe.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Série: Somos Batistas - 1. Batismo e Liberdade de Consciência


Série: Somos Batistas

Esta Série tem o objetivo de relacionar um pouco de nossa história com a nossa identificação denominacional, levando em consideração que as principais marcas definidoras dos batistas estão na construção histórica dos seus princípios fundamentais.
  
1. Batismo e Liberdade de Consciência

Quando olhamos a diversidade das Igrejas Batistas no Brasil e no mundo, podemos perceber que somos muito diferentes, mas guardamos a séculos uma certa “identidade denominacional”. Mas, onde reside essa identidade? Nossa principal identificação não está em nossos costumes, práticas litúrgicas, ou em nossa forma de organização. Somos quem somos porque mantemos alguns “princípios” fundamentais durante todo esse tempo. O problema é que alguns confundem práticas tradicionais com princípios. Gostaria, nesta breve reflexão chamar a atenção para a questão de como nossos princípios foram construídos historicamente.

Não pretendo falar sobre todos os princípios contidos em nosso documento denominacional, mas, aqui, falarei apenas daquele relacionado aos primeiros cristãos batistas da Modernidade que deu nome a nossa denominação: o princípio da liberdade de consciência e do batismo somente após a profissão de fé.

Podemos dizer que a história dos batistas começa no início do século XVII na Inglaterra e Holanda, quando grupos separatistas começam a sofrer uma perseguição religiosa devido as suas convicções. Durante todo o século XVII, a Inglaterra sofreu várias transformações em sua sociedade, marcada pela ambiguidade das tradição e das inovações no âmbito da política (relação entre governo e sociedade). No que se refere às questões religiosas, o cenário é um contexto de conflitos entre a Igreja Anglicana (Igreja Oficial), os Católicos, os Puritanos e os Separatistas. 

Para melhor entendermos esse momento, é importante considerar a força da religião na legitimação e no entendimento sobre o mundo e as relações entre os o Governo e a Sociedade. Ou seja, “Deus”(a religião) estava no meio de tudo, então quem “controla Deus” (a religião) controla os outros. portanto, havia uma Igreja que legitimava a Monarquia e o governo absolutista na Inglaterra (a Igreja Anglicana) e vários grupos que revindicavam liberdades para professar sua fé. Assim,  no contexto político e social, a Igreja Anglicana tinha a função de manter o status quo.

No entanto, grupos de dentro da própria Igreja viam uma perda crescente na devoção e na vida como cristãos, esses grupos buscavam uma renovação moral, espiritual e até estrutural na Igreja Anglicana. Estes, foram chamados de puritanos, pois buscavam viver a pureza moral, espiritual e social do evangelho de Cristo. Outro grupo, foi além das tentativas de reformar a Igreja oficial, promovendo separações e fundando novas instituições, esses são os separatistas, de onde vieram grupos como os congregacionais, metodistas, e nós batistas, dentre outros. O movimento separatista não foi algo uniforme e  centralizado, mas refletiu um contexto de inovações nas relações entre a sociedade. Um dos principais problemas nesse período foi a perseguição da Monarquia por questões religiosas. Assim católicos, puritanos, separatistas e outros, eram perseguidos, pois o governo queria controlar a religião, devido a sua função estratégica na legitimação e manutenção dos valores que sustentam a Monarquia.

Claro que essa contextualização é geral e simplificada, pois queremos apenas salientar que havia um espírito de mudança na sociedade inglesa, principalmente no que se refere a “liberdade religiosa”. Nesse contexto surgem os separatistas e dentre eles os batistas, reivindicando o batismo somente depois da profissão de fé. O que significa isso? Vamos lá. Quando John Smyth começa a pregar esse principio, por volta de 1606, o que está por trás é a ideia de liberdade de consciência, ou seja, cada individuo tem o direito de decidir livremente qual religião deseja seguir. Assim, o batismo infantil deveria ser abolido, pois a Igreja deveria ser composta por pessoas que escolheram fazer parte dela. Com esse e outros pontos de vistas divergentes do defendido pela Igreja oficial, Smyth foi perseguido e foge para Amsterdã, onde funda uma Igreja com a ajuda de Thomas Helwys, em 1610. Essa Igreja “rebatiza” todos os seus membros, mas logo é dispersa com a morte de Smyth e com o retorno de Helwys à Inglaterra. De volta a sua terra, o segundo pastor batista da história (teoricamente) funda a primeira Igreja chamada de Batista, em solo inglês, em 1612. 

Somando-se ao coro dos que defendiam as “liberdades individuais do homem”, Helwys escreve um manifesto que é publicado em 1613, onde critica as condenações de caráter religioso e declara: “...a religião do homem está entre Deus e eles: o Rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma.” (PEREIRA, 2001: p.51). Por ter escrito esse livro : “Uma Breve Declaração sobre o Ministério da Iniquidade” o pastor é preso e morre na prisão em 1615.

Essa breve reflexão sobre a razão pela qual somos chamados de batistas, revela que nossa principal identificação está relacionada com o valor de liberdade construída e conquistada em um momento de lutas e perseguições religiosas. Pois, durante quase todo o século XVII, as perseguições religiosas assolaram o solo inglês fazendo com que milhares de batistas, congregacionais, e outros separatistas migrassem para as colônias inglesas na América na expectativa de ser “uma nova terra prometida”. Mas isso fica para outro momento. Por hora, não podemos esquecer que nossa primeira identificação está ligada ao principio de liberdade de consciência para adesão ao corpo de Cristo e da tolerância para com aqueles que tem outra orientação de fé.

PEREIRA, J. Reis. História dos Batistas no Brasil. Rio de Janeiro: Juerp, 2001.
Origem dos Batistas Modernos;