sexta-feira, 19 de julho de 2013

PASTORAL 21/07/2013 - IMAGEM


A IMAGEM
Em um mundo onde a imagem é mais importante que a realidade, o que esperar? Pessoas entram num templo para supostamente cultuar a Deus, mas ligam seus aparelhos e começam a filmar o “artista”; pelas ruas quando alguém cai, briga, é atropelado, rapidamente aparecem os paparazzis de plantão. Há uma neurose coletiva pelo registro. Hoje, eu acho que minha filha (de menos de dois anos) já tem mais fotos e filmes que eu já tive até agora. Nossa loucura é tanta que ao ver alguém morrendo, precisando de ajuda, nós iremos pegar nosso celular e começar a filmar, ao invés de ajudá-lo.

Às vezes achamos que se Deus fosse se revelar hoje, Ele iria gravar um vídeo no youtube, ou criar um perfil no facebook, ou ainda iria ficar mandando fotos no instagram, para alcançar o maior número de visualizações possíveis. Pensa comigo, Jesus no Getsemani gravando um vídeo de suas orações no monte, para postar e sensibilizar outros para sua causa. Ou ainda, qual seria repercussão de um vídeo com a coletânea dos grande milagres de Jesus? Seriam sucesso absoluto. “Só que não”.

Deus não escolheu aparecer para uma multidão. Quase todas as manifestações de Deus na Bíblia, Ele aparece para poucas pessoas. Deus nunca quis ser um sucesso midiático, pois essas coisas passam, mas aquilo que ELE fez na vida de Abraão, José, Jocó, Moiséis, Davi, Jeremias, Isaías, Paulo e outros, marcaram as suas vidas de forma tão forte que até hoje isso é lembrado como Revelação. Os “grandes eventos”, no sentido de número de pessoas, marcam  no máximo a nossa memória e fomentam nossas emoções,  mas o nosso coração é tocado somente quando nos colocamos sensíveis a voz de Deus e vivemos uma experiência pessoal.

Jesus não escolheu o sucesso e o aplauso das multidões, em certos momentos suas atitudes impopulares, como expulsar os vendedores do templo, fugir das multidões, questionar os seus discípulos a cerca do que as multidões o chamavam e se entregar para ser morto.  Essas atitudes,  estão em sintonia com um plano maior que está além de ser popular. Da mesma forma, a Igreja hoje não pode se esconder nas multidões, precisamos tocar as vidas das pessoas, mas isso não se dá somente com os grandes ajuntamentos, mas no face a face.  A Igreja precisa ser curada de sua neurose midiática, nós precisamos refletir se realmente queremos alcançar as pessoas através das mídias, ou apenas massificar o evangelho.


Pois a lógica da massificação tira a essência do evangelho, onde o “uns aos outros” passa a ser a imagem vendida na TV. Assim, o ser cristão passa a ser uma experiência como parte de uma massificação de uma ideia vendida, onde a ênfase é ser parte de uma grande igreja, pois isso reflete em status, ter bens materiais que garantem a imagem de cristão prospero e abençoado por Deus e por fim um relacionamento congregacional baseado na lógica de consumo, onde a Igreja é uma prestadora de serviços e os membros consumidores desses serviços. Portanto, não precisamos parecer com esse tipo de cristianismo midiático e massificado, é necessário apenas ser cristão porque parecemos com Cristo em atitude de amor a Deus e ao próximo, pois a imagem pode ser manipulada em qualquer fotoshop, mas quem é de Cristo, simplesmente é.
PJ

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