A grande maioria da humanidade até acredita em Deus,
mas vive como se ele não existisse, isso inclui os cristãos. Desenvolvemos uma
teologia que colocou o homem no centro.
E agora, o que fazemos com isso? Um deus inventado para atender nossos
desejos mais egoístas, disfarçados de uma moralidade hipócrita, é isso que
estamos construindo? Uma igreja onde a simples presença do Deus Eterno não é
suficiente? Um povo que deseja “mais do que a Graça oferece”? Queremos ver,
sentir, tocar a Glória do Pai, mas não nos importamos muito com o dono da
Glória. O problema, é que (segundo a tradição cristã) satanás também quis a
majestade e a glória de Deus. Porém, o Filho de Deus, mesmo sendo Deus não teve
por usurpação ser igual a Deus, antes se esvaziou, abrindo mão da glória que
era sua por herança. (Fl.2). A pergunta
é: por que queremos a Glória de Deus? Na prática que exemplo estamos seguindo?
O rei Davi declarou: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará” (Sl.23:1). Isso não
significa que Deus nos dará tudo que queremos, mas nos garante que em Deus,
nada nos falta, porque ELE nos basta: pois quando o SENHOR é o nosso pastor, de
nada teremos falta. Então, não importa, seja em um pasto verdejante, ou em um
vale de sombra e morte, a nossa certeza é que somos conduzidos por ELE ou
estamos debaixo da sua vara e do seu cajado. A não diferenciação entre a invenção
de um deus que nos satisfaça e o DEUS que cuida, tem levado muitos ao erro de
buscar um deus meio carente, bipolar e cheio de medo de não ser amado. Mas, esse
deus só existe em nossa mente doente. Esse deus não é suficiente para salvar e
cuidar dos seus. Então, podemos acabar mergulhados na lama dos nossos desejos.
O desafio é ter um encontro com o Deus de verdade, pois quando isso acontece,
ELE passa a ser tudo em nós, e as outras coisas são apenas acréscimos
(Mt.6:33).
Se Deus nos basta, o que Ele fez por nós também. O
apostolo Paulo tem uma experiência com Deus, de confronto, e ouve isso do Pai: “A minha graça te basta” (IICo.12:9).
Tenho ouvido muitos dizerem assim: quando Deus fizer isso....quando Deus me der
aquilo....eu irei servi-lo. O que Deus fez por nós, foi morrer numa cruz em
nosso lugar, para nos proporcionar o privilégio de sermos feitos filhos de
Deus, os que creem no seu nome (João 1:12). Esse foi um alto preço, para nos
garantir a vida eterna. É isso que recebemos de graça do Senhor, o resto é
acréscimo. Mas, estamos sendo seduzidos pelo que é supérfulo e esquecemos o que
realmente importa. Assim, como os israelitas desejavam um deus igual aos deuses
dos povos, quando Moisés sobe o monte e demora para voltar, eles logo tratam de
erguer um bezerro de ouro, para que o povo pudesse ter “um deus” visível
(Ex.32). Ainda hoje é isso que acontece, quando Deus demora, ou não atende
nossas expectativas, tratamos de construir logo um bezerro de ouro que nos
sirva de deus. Isso tem acontecido nos nossos dias. Parece que existe um vazio
de líderes comprometidos com o Deus de verdade, então muitos “Arões” tem se levantado, até com boa
vontade, mas se deixando levar pelo povo que “exige” um deus dentro de suas
expectativas (Ex.32:1). Porém, pode ter certeza, um deus que atenda nossas expectativas
não nos basta.
Precisamos voltar para o Deus de verdade, para
simplicidade de sua doce presença e para uma experiência verdadeira com sua
Graça. Paulo, Davi, Moisés e Arão, foram homens como nós, cheios de dúvidas,
ambições, defeitos, etc, mas tiveram uma experiência com Deus de tal forma que
puderam confrontar suas ambições com Revelação de Deus. Na verdade, eu não sei
bem porque queremos um deus dentro de nossas ambições. Talvez porque queiramos
controlá-lo, ou mesmo sermos como ele, ter a sua majestade e glória, assim como
Satanás quis. Isso parece meio forte. E
realmente é. O perigo é: na tentativa de buscar a Deus, podemos estar indo em
direção à mesma atitude do anjo caído. Pois, se construímos um deus (ou um
entendimento do Deus) que atenda as expectativas das pessoas, um deus que deva dar aquilo que desejamos e que nos satisfaça, isso nunca irá bastar, pois assim, estaremos sempre presos a nós mesmos. Por isso, não podemos submeter nossa experiência
com Deus às nossas expectativas, nem aos nossos desejos, muito menos às nossas
satisfações, pois a ELE não cabe neles. Deus não nos basta quando nos contentamos em adorar um deus que é apenas o reflexo de nossos desejos narcisistas. Vivamos o cuidado e a Graça de nosso SENHOR, isso nos bastará.
PJ
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