O poder de persuasão faz parte das relações humanas. Não é
algo ruim, pelo contrário, é uma capacidade muito boa e valorizada. No entanto,
para o fortalecimento de nossa fé, não basta argumentos bem colocados, ou
oratória enfática e emotiva, é preciso basear nossa pregação no poder de Deus
para a salvação, o Evangelho da Cruz. É isso que Paulo fala aos Romanos, no
capítulo 1:26, em I Coríntios 1:18 e completa em I Coríntios 2:5. O interessante
é que Paulo reconhece que sua pregação não se baseia na sabedoria humana, mas
no PODER DE DEUS. De certa forma, ele abre mão de seu “poder” de persuasão quando
se trata de fortalecer a fé de seus liderados.
Digamos que o convencimento discursivo seja necessário para
apresentar o Evangelho, mas não funciona muito bem para o fortalecimento de uma
fé genuína. Pois a fé se constrói com experiência e não apenas com tomada de ciência. Parece que estamos
esquecendo isso. Ou parece que estamos abrindo mão do Evangelho real e
interativo, onde as pessoas interagem uma com as outras e com Deus, para
colocar no lugar um evangelho limitado e baseado em convencimentos discursivos.
Por isso tem faltado conhecimento e vivência dos valores do
Reino de Deus em nosso meio. Porque teimamos em compreender aquilo que Deus tem preparado para nós
(ICo.2:9) apenas através dos nossos olhos, ouvidos e mente. Como? Pois isso
ainda não penetrou no coração, nem foi visto ou ouvido. Portanto, essa incapacidade da humanidade em dar conta
das coisas mais profundas de Deus, nos faz seguir o caminho aparentemente mais
cômodo (como sempre), o caminho do convencimento. Mas, o Evangelho é muito mais
que compreensão dogmática ou religiosa, o Evangelho é viver debaixo de um novo
domínio, onde o fundamento é o Poder de Deus, baseado no amor que foi capaz de
entregar-se por nós. Esse governo, não pode ser visto, mas é vivido quando
negamos a nós mesmos, tomamos a Cruz e seguimos Jesus Cristo. É desse tipo de
profundidade que estamos falando, quando somos capazes de reproduzir as mesmas
atitudes que houve em Cristo. Quando isso acontecer poderemos, de fato sermos
chamados de cristãos.
PJ 23/03/14
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