sexta-feira, 28 de junho de 2013

PASTORAL 30/06 - DOMINGO É DIA DE JOGO DO BRASIL. Escolha você!

DOMINGO É DIA DE JOGO DO BRASIL. Escolha você!
Dizemos que o Brasil é o país do futebol. Vários estudiosos tentam relacionar a nossa identidade nacional ao esporte mais praticado no mundo. Todos nós sabemos como ficam as ruas de nossa cidade quando tem jogo da seleção, literalmente a cidade pára. Quando em 1970, o Brasil ganhou a Copa do Mundo no México, parece que por alguns momentos todos se esqueceram que viviam em um “Regime de Exceção”.Por isso, para muitos, o futebol é um tipo de “circo” para alienar as pessoas em relação à realidade. No entanto, outros advogam que o futebol faz parte do que somos culturalmente falando, pois o futebol está na nossa forma de pensar, falar, ver o mundo e agir, isso fica bem claro em frases do tipo: “aos 45 minutos do segundo tempo” ou “o jogo só acaba quando o juiz apita”. Então, por um lado, o futebol tiraria a nossa atenção de coisas mais importantes e, por outro, ele faz parte de nossa mentalidade. Como fica isso? Seria mais fácil dizer que o futebol é coisa do diabo e que a bola é o “ovo do capeta”, como ouvia-se antigamente. Mas, o mais fácil nem sempre é o melhor, ou o mais correto.

A nossa vida é feita de escolhas, quando decidimos seguir em uma direção, ao mesmo tempo abrimos mão de outros caminhos. Simples assim. Quando dizemos sim para algo, no mesmo momento negamos o seu oposto. Por isso, Jesus diz: Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno".(Mateus 5:37). Então se eu decido ficar em casa para ver o jogo da seleção, estou abrindo mão de estar na congregação adorando ao Senhor, ouvindo a Palavra e em comunhão com meus irmãos. Isso é pecado? Claro que não, isso foi uma opção. Pode parecer que estou fazendo propaganda para você ir a Igreja no domingo, em certa medida sim, mas tem algo mais importante que isso.

Queria aproveitar para falar justamente das decisões que tomamos na vida. Temos o costume feio de não assumir nossas escolhas, quando os seus resultados são ruins, ou quando somos julgados ou cobrados. Aí, ficamos culpando o “Universo que conspira contra nós”, ao invés de reconhecer que a escolha foi nossa. Além disso, não somos como marionetes nas mãos de forças espirituais, sociais, psicológicas, etc., em última instância podemos até ser influenciados por tudo isso, mas nós é quem escolhemos ser ou não manipulados. Como Batistas, pregamos a liberdade de consciência como princípio norteador de nossa fé. Então, o livre arbítrio é entendido como uma dádiva de Deus, para que possamos escolher o caminho que queremos seguir em nossa vida, avaliando toda influência sobre nós, refletindo sobre as possibilidades, ouvindo as experiências de outros, etc., mas quem decide somos nós, de acordo com nossa consciência. Assim, o exercício da fé cristã batista é buscar uma consciência que seja inalienável – isso significa: quem escolhe é você de acordo com a sua consciência.

Agora, nossas escolhas podem ser orientadas pelos ensinamentos da Palavra de Deus, ou não. Então, Deus manipula nossa consciência? Claro que não. Queria eu que fosse assim, mas Ele apenas mostra a realidade das coisas na Sua Revelação, nós é que precisamos ter “ as nossa mentes (consciência) renovadas para que experimentemos qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.(Rm.12:2 adaptado). Aqui, está a escolha de ter a nossa consciência renovada. Quando isso acontece de fato, não escolhemos mais em função das circunstâncias, mas em função de nossa fé, como disse Paulo:E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e Colossenses 1:10.  Ou seja, viver de maneira digna é muito mais que seguir um conjunto de padrões morais ensinados na classe de novos crentes, significa ser capaz de escolher a melhor parte daquilo que Deus tem.

Portanto, diante de qualquer situação que se põe a nossa frente, sempre temos uma escolha e ela terá os seus resultados. Negar a culpa não conserta nada, só adia a dor. Assumir o peso de nossas opções, também não basta.  É preciso ter o reconhecimento da decisão errada, para chegar ao  arrependimento  e receber o  perdão de Deus (I João 1:9), pois somente o perdão de Deus pode trazer paz para um coração atribulado (leia Salmos 32). Por isso, Jesus veio ao mundo, para ser o Caminho, nós podemos escolher seguir por esse Caminho, ou não. Não podemos ser arrastados por Ele, precisamos decidir estar Nele, não tem como seguir por Ele de forma alienada, pois a cada dia temos que escolher “tomar a cruz e seguir”. Então, meus amados irmãos que possamos, em qualquer situação de nossas vidas, escolher a melhor parte, aquela que não nos será tirada. (Lc.10:42)
PJ.

PASTORAL 23/06 - QUANTO VALE 20 CENTAVOS?

QUANTO VALE 20 CENTAVOS?
Vivemos no Brasil dias conturbados, onde ninguém sabe direito o que está acontecendo. O povo brasileiro foi às ruas dando um verdadeiro “grito de independência”, não como aquele inventado em 1822, mas um verdadeiro clamor das ruas ressoou nos quatro cantos de nossa nação, a voz do povo diz: “não aguentamos mais tanta distância entre o que deve ser feito e o que de fato nossos governantes decidem fazer. Com um estopim na questão do transporte público das cidades.
Gostaria propor algumas reflexões a respeito dos últimos acontecimentos:

1º NÃO SABEMOS O QUE ESTÁ ACONTECENDO
Muitos têm buscado entender o que aconteceu no Brasil nas últimas semanas, outros têm tentado impor uma interpretação tendenciosa para tentar esconder os reais problemas de nossa nação. Se olharmos para algumas características desse movimento, fica claro que, com certeza, sabemos o que o movimento não é. Não é só pelos 20 centavos, não é partidário, não é resultado de uma imposição da mídia, não contra o que o governo faz, mas contra o que ele deixa de fazer. E Por aí vai a lista. Nesta tentativa de classificação das manifestações chovem interpretações das mais loucas, revelando uma tentativa de apropriações da pressão popular. Por exemplo, quando as manifestações começaram a pipocar em todo Brasil, a mídia e os governantes teceram duras críticas, mas logo com a amplitude do grito de 17 de junho, quando mais de 100 mil foram às ruas no Rio e houve a invasão do teto do Congresso Nacional, acendeu uma luz vermelha para os dirigentes do Estado. No dia seguinte, o discurso mudou. Outro exemplo é o próprio diretório do PT nesta semana decide convocar seus militantes para participar dos protestos, numa tentativa de se apropriar do movimento. Portanto, sobre tudo isso, sabemos muito mais o que o movimento não é.

2º ESTAMOS VIVENDO UMA CRISE DE LEGITIMIDADE;
Um governo precisa de legitimidade para  “manter-se no poder”. A democracia, em tese, tem como princípio fundamental o governo que “emana do povo”, então quem dá legitimidade aos representantes do povo é o próprio povo. Se o povo não se vê representado e não vê o Estado cumprindo com o seu papel, temos um problema. Agora, admitir essa crise, significa admitir a necessidade de mudanças (reformas) profundas, para que se mantenha o “pacto social” entre o governo e os governados. Com certeza, os governantes sabem disso, mas não estão dispostos a pagar o preço de romper com os seus financiadores. Assim, a máquina do Estado Brasileiro, em todos os níveis, escolheu ser fonte de recursos para manter elites, em detrimento às reais necessidades da população. A lógica do Estado hoje é manter o sistema e nós não aguentamos mais tanta distância. Por isso, não se trata só de combater a corrupção, melhorar os serviços públicos, ou reduzir as tarifas das passagens, se trata de cobrar uma efetiva política de governo que atenda as reais necessidades da população. Na prática  precisamos nos perguntar: por que não tenho água encanada em casa? Por que não sou atendido com dignidade no hospital público? Por que minha cidade não é minha? Então, sem espaço, sem representação, resta ao povo a rua, o único espaço verdadeiramente democrático, onde grupos totalmente plurais encontram um ponto, um lugar e um “inimigo” comum, evidenciando uma unidade construída de baixo para cima e isso ameaça a ordem instituída, o Estado como conhecemos.

3º E A IGREJA COMO FICA?
Entendo que é difícil falarmos sobre isso no ambiente eclesiástico, pois existe uma tendência a separar igreja de política. Não quero discutir isso, mas refletir sobre o papel integral da missão da Igreja. Isso envolve muito mais que um plano de ação social ou assistencialismo que a Igreja possa realizar. Implica em entender o nosso papel no mundo como promotores da justiça e da paz, como diz
Isaías 1:17 :“aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.” Podemos entender que isso se aplica em nossas atitudes cotidianas de valorização do próximo e das pessoas que se encontram em situações de necessidade. No entanto, podemos ir além de ações individuais. De um lado podemos promover na Igreja um espaço de reflexão sobre os acontecimentos, sem impor interpretações absolutas sobre os eventos, mas fazendo com que possamos pensar e questionar a luz de nossa fé como podemos interpretar os acontecimentos. Porém, devemos tomar cuidado para não perdermos o foco de missão verdadeira da Igreja. Sendo assim, Igreja e política podem ser pensadas juntas desde que a lógica seja uma luta pelos direitos daqueles que são oprimidos. E, nós estamos sendo oprimidos a cada dia. 

  CONCLUINDO:

Nesta semana o povo brasileiro não se reuniu para pular no carnaval, para ver jogos da seleção ou para ouvir cantores. O Brasil juntou-se para gritar “O gigante acordou”. Não sabemos o que vai acontecer: isso tudo pode ser absorvido e nada mudar, se transformando apenas em uma memória que será apropriada de formas justas ou não; ou pode gerar mudanças efetivas de promoção da justiça e de paz, mas para isso as instituições “apartidárias” como as igrejas, precisam tomar parte nesse movimento, promovendo uma conscientização dos acontecimentos e do nosso papel frente aos eventos.

sábado, 13 de abril de 2013

EM MAIO - UM NOVO TEMPO DE COLHER

 “A família é a terra que precisa ser cuidada, para que a mesma dê seus frutos e a seu devido tempo possamos colher. E nós, como ceifeiros precisamos trabalhar a terra para que possamos colher nossos cereais, nosso vinho e nosso azeite.” (Débora Menezes)





A principal causa dos problemas sociais em nossa geração está ligada à DESESTRUTURAÇÃO DA FAMÍLIA.

Não podemos esperar políticas públicas, ou uma solução mágica para resolver os problemas dos nossos lares. Nosso tempo tem apresentado "novas formas" de família que na verdade é um golpe de misericórdia para destruir de vez a família como estrutura básica da sociedade. Mas, ao invés de ficarmos só combatendo no âmbito do debate politico-ideológico, devemos tomas posição diante das lutas e desafios que envolvem nossas famílias e encararmos nossos lares como A PROMESSA que Deus nos deu, como a TERRA PROMETIDA que precisamos conquistar. 

A defesa da família, então, não envolve somente ficar criticando os novos rumos de nossa sociedade, mas primeiro devemos fortalecer nossas relações familiares para que nossos filhos sejam homens e mulheres de fibra, respeitosos, tolerantes, amorosos, consciente do mundo que jaz no maligno, mas cientes do poder que em nós opera. Minha proposta é assumirmos a responsabilidade sobre nossas casas, não é o Estado, nem a TV, ou qualquer outro enti que tema responsabilidade sobre o teu lar. O nosso lar é a TERRA que precisamos conquistar. Tenha coragem, esforça-te e tenha muito bom ânimo, para possuir (conquistar) a terra (família) que o Senhor Deus te dá.

Em maio estaremos desafiando você a tomar parte nessa conquista. Teremos nos dias 17, 18 e 19 de maio o nosso congresso das famílias. Venha e participe.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Série: Somos Batistas - 1. Batismo e Liberdade de Consciência


Série: Somos Batistas

Esta Série tem o objetivo de relacionar um pouco de nossa história com a nossa identificação denominacional, levando em consideração que as principais marcas definidoras dos batistas estão na construção histórica dos seus princípios fundamentais.
  
1. Batismo e Liberdade de Consciência

Quando olhamos a diversidade das Igrejas Batistas no Brasil e no mundo, podemos perceber que somos muito diferentes, mas guardamos a séculos uma certa “identidade denominacional”. Mas, onde reside essa identidade? Nossa principal identificação não está em nossos costumes, práticas litúrgicas, ou em nossa forma de organização. Somos quem somos porque mantemos alguns “princípios” fundamentais durante todo esse tempo. O problema é que alguns confundem práticas tradicionais com princípios. Gostaria, nesta breve reflexão chamar a atenção para a questão de como nossos princípios foram construídos historicamente.

Não pretendo falar sobre todos os princípios contidos em nosso documento denominacional, mas, aqui, falarei apenas daquele relacionado aos primeiros cristãos batistas da Modernidade que deu nome a nossa denominação: o princípio da liberdade de consciência e do batismo somente após a profissão de fé.

Podemos dizer que a história dos batistas começa no início do século XVII na Inglaterra e Holanda, quando grupos separatistas começam a sofrer uma perseguição religiosa devido as suas convicções. Durante todo o século XVII, a Inglaterra sofreu várias transformações em sua sociedade, marcada pela ambiguidade das tradição e das inovações no âmbito da política (relação entre governo e sociedade). No que se refere às questões religiosas, o cenário é um contexto de conflitos entre a Igreja Anglicana (Igreja Oficial), os Católicos, os Puritanos e os Separatistas. 

Para melhor entendermos esse momento, é importante considerar a força da religião na legitimação e no entendimento sobre o mundo e as relações entre os o Governo e a Sociedade. Ou seja, “Deus”(a religião) estava no meio de tudo, então quem “controla Deus” (a religião) controla os outros. portanto, havia uma Igreja que legitimava a Monarquia e o governo absolutista na Inglaterra (a Igreja Anglicana) e vários grupos que revindicavam liberdades para professar sua fé. Assim,  no contexto político e social, a Igreja Anglicana tinha a função de manter o status quo.

No entanto, grupos de dentro da própria Igreja viam uma perda crescente na devoção e na vida como cristãos, esses grupos buscavam uma renovação moral, espiritual e até estrutural na Igreja Anglicana. Estes, foram chamados de puritanos, pois buscavam viver a pureza moral, espiritual e social do evangelho de Cristo. Outro grupo, foi além das tentativas de reformar a Igreja oficial, promovendo separações e fundando novas instituições, esses são os separatistas, de onde vieram grupos como os congregacionais, metodistas, e nós batistas, dentre outros. O movimento separatista não foi algo uniforme e  centralizado, mas refletiu um contexto de inovações nas relações entre a sociedade. Um dos principais problemas nesse período foi a perseguição da Monarquia por questões religiosas. Assim católicos, puritanos, separatistas e outros, eram perseguidos, pois o governo queria controlar a religião, devido a sua função estratégica na legitimação e manutenção dos valores que sustentam a Monarquia.

Claro que essa contextualização é geral e simplificada, pois queremos apenas salientar que havia um espírito de mudança na sociedade inglesa, principalmente no que se refere a “liberdade religiosa”. Nesse contexto surgem os separatistas e dentre eles os batistas, reivindicando o batismo somente depois da profissão de fé. O que significa isso? Vamos lá. Quando John Smyth começa a pregar esse principio, por volta de 1606, o que está por trás é a ideia de liberdade de consciência, ou seja, cada individuo tem o direito de decidir livremente qual religião deseja seguir. Assim, o batismo infantil deveria ser abolido, pois a Igreja deveria ser composta por pessoas que escolheram fazer parte dela. Com esse e outros pontos de vistas divergentes do defendido pela Igreja oficial, Smyth foi perseguido e foge para Amsterdã, onde funda uma Igreja com a ajuda de Thomas Helwys, em 1610. Essa Igreja “rebatiza” todos os seus membros, mas logo é dispersa com a morte de Smyth e com o retorno de Helwys à Inglaterra. De volta a sua terra, o segundo pastor batista da história (teoricamente) funda a primeira Igreja chamada de Batista, em solo inglês, em 1612. 

Somando-se ao coro dos que defendiam as “liberdades individuais do homem”, Helwys escreve um manifesto que é publicado em 1613, onde critica as condenações de caráter religioso e declara: “...a religião do homem está entre Deus e eles: o Rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma.” (PEREIRA, 2001: p.51). Por ter escrito esse livro : “Uma Breve Declaração sobre o Ministério da Iniquidade” o pastor é preso e morre na prisão em 1615.

Essa breve reflexão sobre a razão pela qual somos chamados de batistas, revela que nossa principal identificação está relacionada com o valor de liberdade construída e conquistada em um momento de lutas e perseguições religiosas. Pois, durante quase todo o século XVII, as perseguições religiosas assolaram o solo inglês fazendo com que milhares de batistas, congregacionais, e outros separatistas migrassem para as colônias inglesas na América na expectativa de ser “uma nova terra prometida”. Mas isso fica para outro momento. Por hora, não podemos esquecer que nossa primeira identificação está ligada ao principio de liberdade de consciência para adesão ao corpo de Cristo e da tolerância para com aqueles que tem outra orientação de fé.

PEREIRA, J. Reis. História dos Batistas no Brasil. Rio de Janeiro: Juerp, 2001.
Origem dos Batistas Modernos;

terça-feira, 26 de março de 2013

A PÁSCOA AOS 8 ANOS



Eu sempre esperei pela Páscoa com muita ansiedade, porque eu adoro chocolate, né? Quem não gosta? E ganhar chocolate na escola, em casa, dos meus tios e avós, isso sempre me deixava muito feliz. Mas depois de um tempo os chocolates se acabam, fico meio esquisito que não sei nem explicar.

Agora, o dia da Páscoa está quase chegando, estou doidinho para ganhar mais um montão de chocolates e ovos de Páscoa. Mas, um dia desses, eu conheci um colega na minha escola que disse nunca ter ganhado um ovo de Páscoa. Como assim? Sua mãe, seu pai, sua avó, ou sei lá quem, nunca te deram nada na Páscoa? Perguntei a ele. Ele respondeu: não! Que tristeza, pensei comigo. Deve ser muito triste mesmo passar a Páscoa sem ganhar nenhum chocolatinho.

Então mais uma Páscoa passou. Eu comi muito chocolate mesmo, até levei para escola, para mostrar aos meus colegas quantos bombons eu tinha ganhado. Aí fui perguntar pro meu novo colega , se ele tinha ganhado algum chocolate nessa Páscoa. Ele me disse que não. Fiquei muito chateado, pois pensava: como uma mãe não daria chocolate para seu filho na Páscoa?

Mas naquele dia eu comecei a entender de verdade uma coisa que eu nunca mais esqueci. Ele não estava triste porque não tinha chocolates, pelo contrário, estava muito feliz contando uma história de Páscoa. Dessas que falam nas Igrejas, de Jesus e tal....Eu nunca tinha parado para ouvir, mas ele contava com tanta alegria que eu resolvi ouvir.

Ele dizia que Deus ama tanto as pessoas que fez um SACRIFÍCIO por elas, Deus deu o Seu único filho para morrer no lugar de todos. Eu nunca entendi isso muito bem e até hoje não entendo, mas tudo bem....O que isso tem a ver com a Páscoa? Aí ele dizia, A Páscoa foi quando Jesus (o filho de Deus) foi morto na CRUZ do Calvário, diante de uma multidão de pessoas, acusado de algo que ele não fez, para ser castigado em nosso lugar. Por isso na Páscoa eu fico muito feliz, porque eu sei que alguém sempre me amou e faz tudo por mim, disse ele. Pensei comigo: mas, como pode alguém ficar feliz com a morte de uma pessoa boa como Jesus?

Eu Já tinha ouvido essa história que Jesus tinha morrido e tal....mas nunca tinha percebido que aquela CRUZ era minha, aquele lugar era meu. Para mim era uma história, e só! Mas falta uma coisa. E o lance do domingo? Perguntei a ele. Respondendo minha pergunta ele disse: No domingo, Jesus RESSUSCITOU, quanto um anjo tirou a pedra da caverna onde estava o corpo de Jesus e ele se levantou e ficou uns 40 dias com os seus seguidores e depois foi para o céu.
 Depois de toda essa história, eu não entendi quase nada. Mas ele me disse: cara eu não preciso ganhar nada na páscoa, porque eu já ganhei tudo.

Como assim, você não tem nenhum chocolate? Eu tenho um monte aqui comigo e mais outros em casa. Aí ele me disse: todo esse teu chocolate vai acabar, e aí você vai querer comer mais, pode até ficar enjoado e passar mal de tanto chocolate, mas o que Deus tem para nos oferecer nunca acaba, está guardado no meu coração e na minha mente. Eu não posso ver, nem comer, mas está lá!
Foi neste momento que olhei para os meus chocolates e comecei a distribuir para meus colegas que não tinham chocolates. Por que eu guardaria tudo isso, se tinha muitas crianças na escola que não tinham ganhado nada? Foi nesse momento que eu aprendi daquelas coisas que não tem muita explicação: nós gostamos muito de ganhar coisas, mas quando entregamos algo a alguém – mesmo sem esse alguém merecer, mesmo quando é aquele que bate na gente na hora do recreio – nesse momento nos aproximamos mais de Deus. Quando realmente entendemos a CRUZ e a RESSUREIÇÃO DE JESUS.

Pr. Cezar Uchôa Júnior

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O PAPA É POP E A IGREJA É HUMANA.

Quando Gregório XII renunciou ao Papado em 1415, a Igreja Católica buscava sair de uma crise iniciada em   1378, conhecida como Grande Cisma do Ocidente. Naquele momento a Igreja do Ocidente conviveu com três Papas. Um em Roma, outro em Avinhão (França) e ainda outro em Pisa. Entre 1414 a 1418 foi realizado o Concílio de Constança, como um esforço para retomar a unidade da Igreja Católica Romana. Diante de muitas disputas eclesiásticas e seculares o Concílio recomendou a abdicação dos três Papas e a eleição de um novo Papa de consenso geral. Assim, os Papas de Avinhão e Pisa (Benedito XIII e João XXIII, respectivamente) foram depostos e Gregório XII (de Roma), aceitando a decisão conciliar, abriu mão do Papado, sendo o último Papa a renunciar o papado, até 28 de fevereiro de 2013.

Sabemos o que levou a renúncia de Gregório XII, mas o que teria levado Bento XVI a tomar a mesma decisão? Deixemos isso para a história que será escrita e para as teorias conspiratórias, de repente Dan Brown escreve um novo livro.

Diante dessa notícia queria chamar a atenção para duas coisas: 

Primeiro. A Igreja Católica Romana é antes de tudo humana. Teologicamente o santo padre é o sucessor de Pedro e administrador do Reino de Deus na Terra e goza da doutrina da infalibilidade papal (definida no 4º capítulo da 4ª sessão do Concílio Vaticano I -1869-70 - durante o pontificado de Pio IX) Mas e antes? Era uma questão em aberto na Igreja romana. Era, em tese, mais fácil para um católico entender todo o conjunto de acontecimentos que levou a Igreja ao Cisma e a abdicação de Gregório XII. Pois havia teologias diferentes em jogo no seio da Igreja Apostólica. A Igreja era plural, ou melhor ela mesma se reconhecia como plural, convivia com várias formas de expressão do cristianismo, não necessariamente de forma harmoniosa. Para "harmonizar" a igreja, a partir da segunda metade do século XIX, há um movimento de romanização, trazendo a um centralismo do catolicismo cada vez maior e mais imposto à cristandade. Mas e agora? Como entender um papa que pede para sair? Já deram a resposta oficial, o pontífice reconheceu a sua limitação humana, isso é um gesto de grandeza. Como equacionar isso com a doutrina de infalibilidade papal? Vamos ver.

Simplificando a Santa Sé e o santo padre dizem o que é certo e errado. Porém, diante de tudo que os dogmas e a teologia católica afirmam, a Igreja é um Poder que opera no "mundo dos homens". Assim, tando no século XV como no século XXI, as causas que fizeram os sumo-pontífices renunciarem foram conjunturas históricas. Influenciadas por Deus ou não, dependendo da visão que cada um tem do agir de Deus. Mas para esta reflexão isso não importa. Se Bento XVI estiver saindo por problemas de saúde, ou por pressões de alas mais progressista da Igreja, o que fica é o seguinte: o Papa é um homem como outro qualquer e que vive em um mundo de pressões e influências sociais, culturais, econômicas e no seus caso, principalmente políticas. Além disso, a Igreja Romana é antes de tudo humana. Assim, como nós protestantes.    



Segundo, nós protestantes temos nossas origens também em Roma. Isso mesmo. Não somos uma Igreja à parte da história. Por mais que  isso incomode, essa é a realidade, somos fruto de um processo histórico ocorrido cinco séculos atrás, quando Lutero e outros reformadores encontram uma conjuntura propícia para iniciar uma nova igreja (ou novas igrejas). Levando-as a romperem com as raízes romanas. Porém o início da reforma é a partir da Igreja católica. Claro que com um discurso de retorno às origens da fé, mas o ponto de partida da Reforma é a própria igreja romana. Para nós não importa quem irá assumir o novo pontificado, pois somos de outra tradição. Porém aproveito o ocorrido para levantar esta reflexão sobre nossa própria identidade que tende a negar tudo que diz respeito ao catolicismo.  Teologicamente, o catolicismo e o protestantismo tem divergências, no entanto, não se trata somente de questões teológicas ou dogmáticas,  nossa identidade  protestante foi e é construída e constituída por um processo histórico e isso implica interesses e tensões sociais, políticas, econômicas culturais e teológicas. Pois o catolicismo conviveu com tensões muito mais complexas como as diferentes ordens com suas organizações próprias, ou a própria tensão entre clero regular (pertencentes à ordens) e secular (parte das paróquias, dioceses, etc). Porém, dentro da Igreja romana isso foi resolvida pela aceitação da tradição como sendo também a Palavra de Deus. Ou seja é a tradição que decide o certo e errado. Até o meados do século XIX haviam uma tensão entre os conciliares - entendiam que pontos discordantes deveriam ser decidido por concílios, onde o papa não decidiria sozinho - e os adeptos da infalibilidade papal, onde o papa decide. Essa tensão não acaba com a aceitação da infalibilidade, mas ainda é consenso no interior da Igreja.

Mas aí você pergunta: e daí? Daí que o entendimento da humanidade no processo de formação de nossas Igrejas nos ajudam a respeitar nossos erros históricos, sem querer apagá-los ou legitimá-los, além disso, também aprendemos a respeitar nossos irmãos de fé cristã (e os de outras religiões) buscando entender como foram construídas nossas diferenças e a quem interessa salientá-las. Alguns podem concluir que estou defendendo o ecuminismo cristão. Claro que não, estou apenas chamando a atenção para a necessidade de vermos a igreja como um organismo humano, parte de um processo histórico cheio de "pormenores" que muitas vezes fogem ao nosso olhar. Assim, em um mundo de relativismo ser católico, batista, presbiteriano, assembleiano, etc, não importa tanto, precisamos marcar nossa denominação e nossa sociedade sendo verdadeiramente CRISTÃOS. 

Se o próximo papa for mais progressista do que esse, ou se vai aceitar o "mudanças" que a sociedade exige da Igreja, não sabemos, mas uma coisa é certa: o papa continuará sendo pop e o pop não poupa ninguém. 
Pr. Cezar Uchôa Júnior

A MUDANÇA QUE PRECISAMOS

Hoje quando falamos de conservadorismo e fundamentalismo é quase um crime. Longe de mim defender práticas de violência em nome da religião ou ideologias. Mas claramente é esse sentido pejorativo que tem sido dado a essas palavras. Não quero discutir o significado desses conceitos, quero, antes, chamar a atenção para o fato de nossa sociedade viver um certo fascínio e deslumbre com o “novo”.  Por isso, falar de conservar valores, práticas, tradições e de manter-se fiel à fundamentos estabelecidos a dois mil anos atrás, é uma atitude considerada “fora de contexto”. Então em um mundo de inovações tecnológicas, de “revoluções” de costumes e de um relativismo do que é certo e errado somos levados a considerar apenas A MUDANÇA QUE QUEREMOS e nos esquecemos da MUDANÇA QUE PRECISAMOS.

Jesus disse: Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. (Mt. 5:13). A Igreja não pode perder esse sabor, mas além disso o sal tem outra função, a de conservar. Durante dois mil anos, muitas coisas mudaram, mas outras permanecem exatamente iguais. O ser humano continua desejando ser igual a Deus, a pecado continua trazendo dor, sofrimento e morte, e a misericórdia, a graça e o amor de Deus continua a mesma. As mudanças que queremos hoje, não podem apagar o que deve permanecer vivo em nossos corações, mentes e atitudes. Precisamos manter, conservar o amor de Deus. Muitas mudanças tem esfriado o amor de muitos, pois isso tem feito se multiplicar a iniquidade. Quando vemos a família se deteriorar, as Igrejas se transformarem em máquinas de opressão e de fazer dinheiro em nome da fé, quando vemos mudanças que fazem a maldade se multiplicar, lembramos da palavra de Jesus: “Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará (Mt. 24:12). Se a Igreja perder isso, deixar de ser e fazer a diferença, se almejarmos mais as mudanças que queremos, se perdermos o nosso sabor, para que serviremos? Para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.
 
Conservar o sabor significa manter-se firme na fé em Cristo. Isso não quer dizer viver em função de um tradicionalismo vazio e sem sentido espiritual, ao invés disso, podemos descobrir na fé Cristã uma porta para vermos aquilo que realmente deve ser mudado em nós. Qualquer pessoa pode mudar de atitude, de opinião ou de vida, mas somente Deus pode mudar a nossa existência, “Pois, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! 
2 Coríntios 5:17

A Bíblia nos ensina que precisamos deixar as coisas que para traz ficam e prosseguir para as que estão adiante de nós (Fl.3:13-14). Pois, a ruptura em nossa história se dá no momento que encontramos em Cristo a possibilidade de mudar aquilo que PRECISA SER MUDADO. Mudar a nossa natureza pecadora, para uma natureza redimida pela aceitação do sacrifício de Cristo em nosso lugar e do reconhecimento que ELE é o Senhor de nossa vida. Isso é, antes de tudo, um ato de fé. 

Assim a mudança que precisamos é uma transformação de nossa existência através de Cristo que nos leva a viver de forma diferente, se antes vivíamos do víamos, hoje vivemos do que cremos.
A questão é que muitos querem continuar vivendo como antes (antes de Jesus), buscando mudanças superficiais, para camuflar a mudança que ainda precisam experimentar. Assim, a Igreja (nós) como corpo de Cristo, não podemos tomar a forma do mundo (que ânsia por inovações). Mas, antes, precisamos transformar a nossa mente, através da fé em Cristo, para que possamos experimentar a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável, conservando a fé viva em nós para viver aquilo que Deus tem.
Pr. Cezar Uchôa Júnior

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A questão da homoafetividade


No último domingo o Sr. Silas Malafaia foi entrevistado pela Marilia Gabriela. O programa teve picos de 13.5 pontos no IBOPE, virou febre nas redes sociais e tem um video com mais de 1 milhão de acessos no YOUTUBE. Resumindo, a entrevista "polêmica" deu o que falar.

 Porém, na minha humilde opinião, o Sr. Malafaia não fala em nome dos evangélicos. Apesar de posicionar-se como a esmagadora maioria dos evangélicos (contra o aborto, homossexualismo e outros temas). Sua linha de argumentação tem sido reproduzida por mts evangélicos e outros, de linha cristã. No entanto, ocorre um grave equívoco na sua linha de pensamento.

Em primeiro lugar: não adianta ficar querendo definir se a homoafetividade é nata (de nascença) ou adquirida (comportamento), pois, de uma forma ou de outra, continuará sendo uma realidade da humanidade. Em segundo, o discurso religioso (dogmático ou teológico) não necessita recorrer ao discurso da "especulação" ou experimentação científica, pois a base de legitimidade da fé não é a verificação como "fato científico". E, em terceiro lugar, não é a nossa argumentação (teológica, científica, ou emocional) que faz o ser humano reconhecer o pecado, como pecado, mas Jesus disse:
"Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo."João 16:7-8.

Portanto, não deveríamos entrar em discussões vãs, como coloca Tito: "Evite, porém, controvérsias tolas, genealogias, discussões e contendas a respeito da lei, porque essas coisas são inúteis e sem valor." Tito 3:9.

Deveríamos:
·        Anunciar o Reino de Deus, o Evangelho:
Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho! I Coríntios 9:16

·        Ser testemunhas do que Deus faz em nossas vidas (Atos 1:8),
Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra".Atos 1:8

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A QUESTÃO PENTECOSTAL E NEO-PENTECOSTAL.


O problema não é orar em línguas, nem outras formas litúrgicas, a questão fundamental é o afastamento da Bíblia como A Revelação de Deus. A fé protestante evangélica batista, crer que a Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana, por isso nenhuma revelação específica, rhema, nova visão, profecias, etc. é de Deus se contraria um ensinamento da Bíblia. 

O movimento pentecostal tende a colocar as "revelações" específicas em pé de igualdade com a Palavra de Deus, desta forma a Revelação de Deus acaba sento sujeita à abstrações subjetivas em nome de Jesus ou do Espírito Santo. Isso acaba colocando de lado toda a tradição protestante de interpretação bíblica, por mais que tb sejam especulações humanas, fundamentam seus olhares no Texto Sagrado. 

Já o neo-pentecostalismo foi além das abstrações subjetivas, eles (ou nós) transformaram (ou transformamos) a fé em um instrumental para alcançarmos nossos desejos mais egoístas de conquistas, vitórias, bençãos, etc. Transformando o Texto Sagrado em mero instrumental para atender os "novos interesses" da sociedade pós-moderna capitalista. Caindo como uma luva para atender um novo grupo de pessoas, principalmente de classe média-alta. 

Claro que essa leitura é geral e não entra nos detalhes dos movimentos. Nem questiono os usos desses termos com outras práticas, ou as identidades denominacionais. Meu objetivo é apenas mostrar que não podemos abandonar as Escrituras como a Revelação de Deus ao homem. Creio que Deus pode falar do jeito que Ele quiser, até sem palavras como lemos em Salmos 19, ou através de uma mula. Em resumo a Palavra de Deus não pode ficar a mercê de nossas abstrações, nem relativizada aos nossos interesses. 

                                                                            Pr. Cezar Uchôa Júnior

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

IGREJA ORGÂNICA - SERÁ?


Será que um dia a gente aprende?

Nas décadas de 80 e 90 vimos o surgimento das "Comunidades Evangélicas" propondo uma revolução na Igreja a partir da "Adoração"; Nos anos 90 e 2000, vieram os "grupos pequenos" os G12, G05, Grupos familiares, células, etc. Diziam que a Igreja deveria mudar sua estrutura para receber "o vinho novo"; Hoje vemos as MULTIMEGAS IGREJAS OFERECENDO UM "DEUS DE MERCADO" e, em oposição, vemos surgir um "anti-institucionalismo" com as "igrejas orgânicas" (simple churth). Também com um discurso reformista e revolucionário estrutural.

Não sei.

Ainda não me convenci, se é mudando a estrutura que iremos viver a verdadeira realidade de Igreja. Será que Deus não pode usar uma estrutura para alcançar o Seu propósito? Será mesmo que a Igreja primitiva só se reunia nas casas? E as orações no Templo (e era o templo judaico)? E o esforço de Paulo ao evangelizar as cidades a partir das sinagogas, onde algumas vieram a se transformarem em Igrejas (alguns estudos recentes apontam para esta possibilidade)?.....

Não sei se é inteligente e justo os crentes verdadeiros, abrirem mão das estruturas (instituições) que foram construídas com sangue de mártires, deixando isso na mão de homens inescrupulosos e gananciosos. Seria uma espécie de silêncio dos bons, como disse  Pr. Martin Luther King Jr..Além disso, apesar de não sermos chamados para salvar as instituições (temos que anunciar o evangelho para que o Senhor possa salvar vidas) podemos e devemos nos esforçar para CONVERTER as igrejas a serem instrumentos de Deus para abençoar vidas.

Por outro lado, se as "Igrejas" (institucionais) não estiverem realizando sua função espiritual, Deus pode destruir tudo isso, pois de verdade, não precisamos de templos suntuosos, ou  mega estruturas, precisamos sim, de homens e mulheres rendidos aos pés de Jesus, dispostos a fazer o melhor.

Diante disso, o meu medo é estarmos falando de uma "nova revolução", de "odres novos para o vinho novo" de um "suposto avivamento ou reforma" que na verdade transfere a nossa culpa. Onde, a razão para a Igreja  está do jeito que está, não é minha, mas é da estrutura, e da instituição. Quero lembrá-los que a instituição não é um "enti" autônomo, ela é formada por pessoas. Nós deixamos a Igreja chegar na situação que ela está hoje. E, não sei se a solução é, novamente, mudarmos a estrutura, para que com a mudança possamos manter os mesmos erros. Que acaba sendo o mesmo erro do Édem: "a culpa não é minha".

Oremos por nossas denominações, igrejas, estruturas, mas principalmente por homens e mulheres de coragem que possam assumir o compromisso de SER UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE DE CRISTO.

Pr. Cezar Uchôa Júnior

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

TEUS SONHOS -




Guarda o meu coração, oh Deus
Guarda o meu coração
De fazer minha vontade
De viver para mim mesmo (2x)

Quão insondáveis são os seus caminhos
Inescrutáveis são os seus juízos

Minha vontade já deixei,
O teu reino já ganhei (2x)

Coro:
Os teus sonhos são maiores do que os meus
Os teus caminhos bem mais altos do que os meus
Toma minha vida tudo é teu,
Toma minha vida tudo é teu.

Venha o teu reino
Seja feita tua vontade (2x)

Minha vontade já deixei,
O teu reino já ganhei (4x)


Link: http://www.vagalume.com.br/fernandinho/teus-sonhos.html#ixzz2H6pbJfH6

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

4ªDoClamor - Toda Quarta-feira,19:45h

Agora será às quartas.

O nosso tempo de clamar a Deus pela resposta em nossas vidas mudou de dia, mas o nossa motivação continua a mesma: CLAMAR AO SENHOR, para que ele responda "coisas grandes e ocultas que não sabemos" (Jr.33:3).

Em 2013 estaremos enfatizando a consagração de nosso "Projeto de Vida". Porque todos os planos que fazemos precisam ser apresentados a Deus. Venha, participe dessa campanha que poderá mudar a tua vida.


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

RETROSPECTIVA 2012


2013 ANO DA COLHEITA

O tempo passa e cada vez mais as pessoas se preocupam com suas próprias vidas. Isso é bom, "não se meter na vida dos outros". Mas quando passamos a não nos importar mais com a angustia e o desamparo, quando não temos mais compaixão pela situação vivida pelas pessoas que sofrem sem o amor de Deus, fica uma pergunta: COMO SER CRISTÃO SEM OLHAR PARA O PRÓXIMO?

No ano de 2013 Deus tem dado uma direção para nossa Igreja baseado em Mateus 9:36-38

"Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor.Então disse aos seus discípulos: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara".


Que possamos, assim como Jesus, olhar para as "multidões" (para as pessoas) e ter compaixão delas por estarem aflitas e desamparadas. Jesus está nos mostrando a realidade da GRANDE SEARA e dos POUCOS TRABALHADORES. Precisamos orar ao Senhor da seara que envie mais trabalhadores e estar prontos e disponíveis ao Senhor para colhermos os frutos que já estão prontos.




sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ENTÃO É NATAL

"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz." Isaías 9:6


"O natal vem vindo, vem vindo o natal...";
"Acredite na magia do natal."


Adoro as propagandas de natal da coca-cola, gostava mais dos caminhões com mts luzes, renas e papai noel cruzando as avenidas do Rio. Uma vez vi uns 20 caminhões cruzando a Rio Branco, foi lindo.

Por mais que ache isso maravilhoso, o verdadeiro natal não é isso. Sabemos que Jesus não nasceu 25/12, conhecemos o lance do deus sol, da festa pagã, etc. Na verdade se convencionou essa celebração, mas o natal não é isso.

Um Certo Nicolau inspirou a criação da tradição de distribuir presentes e as lojas e o comércio se apropriaram dessa prática. Mas o natal, também não é isso.

Vemos homens se fantasiando com uma roupa vermelha, não se importando com o calor, e distribuindo presentes comprados pelos pais, mães, amigos e outros. Mas isso não é natal. O que me deixa muito chateado é ver pais mentindo para seus filhos dizendo que foi o papai noel quem deu o presente porque ele se comportou. Ah tá, é o tal do lúdico, da imaginação. Besteira é mentira mesmo. Isso é que não é natal mesmo.

Falta ainda outra coisa. As pessoas veem no natal mais uma desculpa para encher a cara e ficar doidão. Ou celebram o natal em um banquete de desperdício e competição entre sogras e noras, cunhadas e esposas, etc. isso não é natal.

A cada ano me pergunto: O que Jesus acha sobre nossas comemorações de natal? Ainda não sei.

Tá bom pode me chamar de chato. Mas diante disso acho legal, a família reunida, os amigos e parentes com aquele ar de felicidade pela confraternização. Mas, mesmo sendo uma coisa legal, isso não natal.

Mas o que é o natal então? É o nascimento do Filho de Deus. Portanto se fazemos todas estas coisas e esquecemos o principal, não estamos celebrando o natal. Que neste natal possamos celebrar Jesus, o seu nascimento, sua vinda ao mundo para cumprir o propósito de Deus ao homem. Deixemos as bebedeiras, as mentiras vestidas de vermelho, os baquetes e competições para ver quem vai dar, ou ganhar o melhor presente. Que O CRISTO, verdadeiramente, possa nascer em nossos corações.

E FELIZ NATAL!

PJ.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

5ªDoClamor

Se fala muito sobre vitória, mas a verdadeira vitória que vivemos é quando vivemos a vontade de Deus em nossas vidas

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Rm. 8:37



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

(...CONT...) O CAMINHO DA VITÓRIA


JEREMIAS VITORIOSO DE VERDADE Jr. 9:23-26

Para mim um dos homens mais vitoriosos da Bíblia foi Jeremias. Pois ele viu cinco reis em Judá, sendo que os quatro últimos levaram Jerusalém ao Exílio Babilônico. Além disso ele viu a sua religião ser destruída diante dos seus olhos, aquilo que ele achava especial foi derrubado. Mas no início de seu Ministério, Jeremias presenciou e ajudou na reforma religiosa promovida por Josias, por volta de 630 a.C., no entanto com a morte de Josias, em 609, Judá entra em uma profunda crise espiritual, política, militar e social, culminando na destruição do Templo e na tomada de Jerusalém em 586 a.C. Mesmo diante deste quadro de ter que denunciar o pecado de Judá e anunciar a desgraça a Jerusalém, Jeremias se manteve fiel a Palavra de Deus e à missão dada pelo Senhor, nem a perseguição ou o descrédito dos reis o fizeram desistir. Diante deste quadro vejamos o que Jeremias nos tem a ensinar com relação ao caminho da vitória.

QUAL É O CAMINHO DA VITÓRIA? O CAMINHO DA VITÓRIA É...

  1. NÃO SE GLORIAR NA SABEDORIA
No Velho Testamento encontramos algumas tradições, ou formas de pensamento (maneiras de compreender o mundo) dentre elas podemos destacar a tradição sapiencial e a tradição profética. Parece que Jeremias, neste texto esta questionando a aplicação ou o uso da “sabedoria” pela liderança de Judá. O interessante é que Jeremias não condena a sabedoria, mas alerta quando a sua aplicação traz glória para o sábio e não para Deus. Na verdade Judá começa a se distanciar de Deus, tomando decisões sem consultá-Lo e buscando soluções contrarias à Palavra de Deus. Os desvios da nação haviam antes mesmo do reinado de Josias e devido a estes desvios Deus fala através do profeta Jeremias que iria castigar o povo. Falar de castigo hoje, parece ser um tanto incoerente, mas o castigo, não mostra um Deus mal e punitivo, mas um Deus que disciplina aqueles a quem Ele ama. Também, é preciso salientar que o castigo é resultado, ou recompensa da ação errada ou incompatível de quem é castigado. Portanto, Deus castigou sim o povo de Judá, para prová-lo, destruindo o pecado do meio do povo para que depois de 70 anos, como a profecia previu,  começar de novo. Mas hoje o castigo que nos traz a paz estava sobre Jesus na Cruz e, por isso, não há porque me gloriar na sabedoria de homens, em doutrinas, teologias, filosofias, estratégias, métodos, pois isso tudo é loucura.

A sabedoria dos homens não reconhece o poder de Deus, nem pode trazer fé ao coração sedento por Deus. Ou seja a fé em Deus não nasce do entendimento humano (sabedoria) mas da experiência com Deus, do conhecimento de Deus, como está escrito: “18  Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (I Co.1:18). O poder de Deus é a Palavra da Cruz, ir contra a própria vontade, o resultado e a vantagem  para si – negar-se – e  tomar a cruz e seguir a Jesus (adotando para si a vida e as promessas que Deus tem). Portanto a glória não esta no sábio ou na sua sabedoria, mas no Deus que deu a sabedoria.

No mercado gospel existe muitas estratégias para ser um “vitorioso”, mensagens de “auto-ajuda” tem roubado o lugar da Palavra de Deus”, falar o que as pessoas querem ouvir tem limitado a ação profética da Igreja. Eu creio que é tempo de romper com a tendência de mercado, deixar de pregar para massagear os egos e começar a anunciar o PODER DE DEUS NA PALAVRA DA CRUZ. Mesmo que seja uma Palavra dura, que denuncie o pecado, uma Palavra de conserto, pois pode até demorar 70 anos, mas a restauração de Deus sempre vem. Pois a obra de Deus vai continuar sendo feita.

“portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá”. Is.29:14
  
  1. NÃO SE GLORIAR NA FORÇA
A sabedoria pode ser entendida como o planejamento para se chegar a um objetivo. Já a força é a capacidade de saber fazer e realizar. A pouco tempo atrás o mundo ficou estarrecido com a habilidade de um piloto de avião que pousou um Airbus dentro do rio Hudson em New York, salvando mais de 150 pessoas. Certamente este homem por mais habilidoso que seja, não tem que se gloriar na sua habilidade, na sua capacidade de fazer algo, nem na sua força, pois muitas coisas poderiam ter acontecido e a sua habilidade de nada adiantaria. Mas coube a Deus usá-lo para salvar estas pessoas, e a ele mesmo, da morte. Assim, também, não sou eu quem tenho a capacidade, mas é Deus quem usa a minha vida, não é a minha força que faz as coisas acontecerem, mas é Deus quem a usa de acordo com o seu propósito.

Uma coisa eu tenho aprendido: a minha força se acaba. Quando iniciamos uma empreitada com a nossa força, uma coisa é certa, ela se acaba. Mas, aqueles que tem a sua força no Senhor são felizes pois: “5  Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos” Sl.84:5. Você pode hoje estar casado e abatido, mas creia os que esperam no Senhor tem as suas forças renovadas (Is.40:31). Deus quer renovar as suas forças hoje e te fazer viver um novo tempo de ministério, buscando suas forças Nele. Já que é assim, não é a minha força que faz a obra de Deus acontecer, mas o Espírito, pois Ele é poder de Deus.

Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.(Zc.4:6)  

  1. NÃO SE GLORIAR NA RIQUEZA
A sabedoria: seria a estratégia, ou planejamento, a força: a capacidade de fazer algo (habilidade). Já a riqueza pode ser vista como os recursos para se caminhar para a vitória. Muitos de nós temos nos afastado de Deus por achamos que não precisamos dele. Judá achou que tinha um exercito, ouro, carros e cavalos, mas quando os caldeus invadiram Jerusalém todos fugiram, inclusive o rei Zedequias.

Na parábola do filho pródigo vemos que os recursos que lhe foi dado pelo seu pai não o ajudaram a encontrar o caminho. Assim também muitos de nós achamos que são os recursos que nos fazem vencer, mas a igreja primitiva venceu e transformou o mundo a partir de 12 homens que não tinham munto mais que eu e você. Uma Igreja que impactava a sua redondeza sem um templo construído. Tenho aprendido uma verdade: “NÃO TER COMO FAZER NÃO PODE ME IMPEDIR DE FAZER A OBRA DE DEUS”. Pois é Ele que opera tanto o querer como o realizar
“porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” Fl.2:13.

Tem pessoas que estão se preparando para a obra de Deus, isso é bom, mas Deus quer te usar hoje, não coloque desculpa para se entregar a obra que Deus tem a fazer na tua vida. A igreja hoje esta cheia de “profissionais do reino”, mas falta servos do reino; homens que vivam para o evangelho e não vivam do evangelho.

Deus destruiu os recursos do reino de Judá, Deus subjugou a sabedoria dos sábios, Deus acabou com a força dos fortes. Deus também está fazendo isso hoje. Não adianta ter planos, saber fazer e ter como fazer, é preciso algo mais. DEUS NÃO ESTÁ BUSCANDO PROFISSIONAIS (músicos, pregadores, administradores, estrategistas, etc). A Bíblia diz que DEUS PROCURA A VERDADEIROS ADORADORES QUE O ADOREM EM ESPÍRITO E EM VERDADE (João4:23). Deus esta fazendo isso para fazer com que vc possa voltar para ELE e assim Ele possa restaurar.
   
  1. GLORIAR-SE EM SABER E CONHECER DO QUE DEUS É CAPAZ  
Saber o que Deus é capaz é importantíssimo para trilhar o caminho da vitória. O texto diz que Deus faz misericórdia, justiça e juízo. Estas três palavras no original vem da mesma origem, a palavra Tisek – justiça. Isso mostra que Deus age com misericórdia – perdão, mas também há uma justiça e com juízo. Entendendo isso João declara que é o Espírito Santo que convencerá o homem do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). É preciso saber que Deus é capaz de julgar e dar o juízo, mas também é saber que Ele é misericordiosa para perdoar:
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (João 1:9).

Além de saber destas coisas é preciso conhecer. E conhecer é experimentar, não é apenas tomar ciência de como Deus faz as coisas, mas é viver na tua vida o mover de Deus. Jó declara que antes conhecia Deus de ouvir falar, mas agora ele o conhecia de vê-Lo (Jó 42:5). Conhecer a ação de Deus é entregar a vida à Jesus e viver para Ele incondicionalmente.
Hoje é o tempo que Deus escolheu para derramar do seu Espírito sobre a Igreja e para que ela possa agir com poder e glória e preciso que trilhemos o caminho da Vitória: de experimentar a misericórdia, o juízo e a justiça de Deus, deixando com que Ele faça o que for preciso para voltarmos para Ele.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Gl.6:14
QUE POSSAMOS BUSCAR SABEDORIA NA PALAVRA DA CRUZ; FORÇA NO SENHOR E RIQUEZA DO ESPÍRITO.
“ Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus”.Sl.20:7

Pr. Cezar Uchôa Júnior