
Uma das coisas que
podem nos ajudar a entender essas leituras equivocadas a cerca do natal, está
no fato de que, durante a história o Cristianismo sempre manteve ligações estreitas
com o “paganismo” (com grupos não cristãos) e acabava assimilando suas
tradições (festas, práticas, mentalidades). Um exemplo: é a própria data
estabelecida para comemoração do Natal. Todos sabemos que Jesus não nasceu em
25 de dezembro, está data marca o início do inverno (no hemisfério norte),
onde vários povos da Europa tinham o costume manter comemorações religiosas
neste dia.
Ao incorporar
tradições não cristãs, o Cristianismo, acaba penetrando e conquistando as
sociedades. Nesse sentido, ser cristão sempre foi e, ainda hoje é, a capacidade
de ouvir a mensagem de Cristo e “adaptá-la” aos padrões culturais de um determinado
tempo e povo. O resultado disso: são as superinterpretações de Jesus, numa tentativa
de torná-lo compreensível às diversas culturas. E o que acontece? As pessoas
começam a fugir da história original, buscando significados metafóricos,
ocultos e misteriosos. Por isso, hoje, quando falamos de Natal, quase não
falamos de Jesus, pois falar de Jesus é algo que envolve religião e, religião não
se discute, gera conflitos, porque cada um tem a sua, ou não tem.....Então,
falamos do tal “espírito de natal”. Ou seja, falamos de conceitos e valores, não
necessariamente religiosos, mas que são “bem aceitos” pela maioria, como por exemplo:
bondade, doação, auto reflexão, amor, etc..
Deveríamos sempre
questionar as interpretações que fogem muito da versão original. Como Igreja de Jesus Cristo, precisamos buscar
sempre o melhor da Palavra de Deus e não ficar apenas nas leituras metafóricas
sobre o Evangelho. Diante disso, gostaria de propor a seguinte interpretação do
Natal.
Natal é nascimento.
A vinda do Filho de Deus à Terra, a encarnação do Verbo de Deus. A consumação
do Deus conosco (Emanuel). Mas, como Deus veio ao mundo? E por que? Veio em
forma de homem, com o propósito de salvar o mundo (João 3:16). Então, o natal
para nós é o nascimento de Deus no mundo que jaz no maligno, evidenciando a Sua
atitude de ir ao encontro do que está perdido (Lc.19:10). Por isso, o nascimento de Jesus revela a
necessidade humana Dele nascer em nossos corações, para salvar o que está
perdido em nós. O nascimento da bondade, do amor, dos laços de fraternidade que
deveriam nos unir e dos valores pregados por Ele a dois mil anos atrás, isso é
que deveria nascer em nossos corações e ser celebrado. No entanto, preferimos
continuar duelando conceitos, teologizações, doutrinas segregatórias, além de continuar incorporando os conceitos de um natal consumista.

“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem
vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no
filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Gálatas 2:20
Gálatas 2:20
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